sábado, 3 de outubro de 2009

Motivar: Como e por quê?

Erroneamente pensa-se que é possível motivar alguém. Podemos incentivar. O incentivo é externo; a motivação é interna. Posso incentivar para que uma pessoa tenha motivos para agir. Porém, ela agirá ou não conforme essa força interior. A Psicologia comportamental, sim, entende que a"motivação" é algo de fora para dentro. Assim, na década de 70, quando essa palavra incorporou-se ao vocabulário dos educadores brasileiros, nos diários de classe e nos programas anuais de ensino, via-se, com frequencia, a palavra "motivação", como se, em determinado momento de uma unidade, os educadores fossem mitivador alguém. O dicionário Houaiss, em seu verbete "motivar", apresenta sinônimos: impulsionar e estimular, duas palavras tipicamente behavioristas. Carlos Gosh, da Nissan, a segunda maior montadora de carros do mundo, afirma que a motivação é o mais importante: "dinheiro vai e vem, ativos vão e vêm, mas se uma pessoa perder a motivação, ela terá perdido tudo". Esta afirmação aceita, claramente, motivação como força interior.
Se o professor perder a motivação terá perdido tudo. Como consequência, não terá compromisso com seus alunos nem com o desenvolvimento de sua profissão, não se interessará pela formação continuada, podendo até, por uma questão behaviorista que muitos educadores condenam, pensar que, se o salário aumentar, seu trabalho terá uma mudança significativa. De fato ( e Freud já alertava os membros da escola Frankfurt sobre isso), a mudança deve ser, antes, interior. Vale dizer que, para uma pessoa que pensa que ser professor é entrar e sair de uma sala de aula, é um engano enorme; como também pensar que entrar em sala de aula e dizer: -Abra o livro na página 38 e faça o exercício, vale um elevado salário, é um grande engano. Nesses casos, o salário mínimo é até elevado porque esse professor, é, apenas um "piloto" de livro didático, não um agente de transformação.
A pergunta que faz constatemente é se um professor motivado seria o suficiente para levar adiante a sua ação pedagógica e didática. É verdade que a motivação do professor ajuda, mas não o suficiente. Porém, o contrário, professor desmotivado mais facilmente será gerador de alunos desinteressados. O professor motivado terá, a seu favor, uma grande ajuda pela transpiração da realização pessoal, embora não haja um modo especial de se manter ela durante o trabalho do dia-a-dia escolar. Se pensarmos do ponto de vista da Piscologia comportamental, a idéia será de um professor motivado bastaria dentro de uma sala de aula.(Páginas 21 e 22)

Hamilton Werneck - Livro - Professor: Agente da Transformação

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